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minhas notas

19.09.23

Por estes dias, foi conhecida a aprovação da mina de lítio de Barroso pela Agência Portuguesa do Ambiente, aprovação, no entanto, condicionada, com algumas exigências, que deverão ser executadas para que o projeto possa a avançar e a mina possa operar.  Nomeadamente, exige a construção de uma estrada, para ligar a mina à A24, para que “todo o minério que vai ser produzido seja desviado das populações”, tem de se limitar as zonas desflorestadas e não se pode usar a água do rio Covas. As empresas envolvidas afirmam que assim se vai fazer uma exploração de minério com impactos sociais e ambientais reduzidos. A ver vamos como é que estas exigências vão ser cumpridas, onde se vai buscar água para este mastodôntico projeto mineiro.  

Assim se dá razão à contestação que tem sido feita, que tem merecido a repulsa de muitos geólogos, economistas e políticos, apelidando os opositores ao projeto de velhos do restelo, antiprogressistas, ingénuos naturalistas da moda, inimigos do crescimento e desenvolvimento do país, perdedores acéfalos de oportunidades, egoístas que querem o progresso sem consequências. A verborreia capitalista que muitos bons serventes sabem bem servir nos órgãos de comunicação social e proferir em oportunas e patrocinadas conferências e debates. Perante o que inicialmente se propunha e ainda se propõe, mau seria que o povo local, desde a primeira hora, não defendesse a sua memória, a sua terra, o seu bem-estar, a sua riqueza e o futuro da sua terra, e tem toda a razão de ser que o continue a fazer.  

Na minha singela opinião, como amante da minha região, que dignamente foi glorificada e prestigiada com a nobre categoria de património agrícola mundial e reserva da biosfera, é preciso sensatez e razoabilidade em todo o processo. O lítio é um mineral fundamental para a tão almejada e premente transição energética, que está em marcha acelerada no mundo, têm de se promover mudanças para se salvaguardar o futuro do planeta e da humanidade, mas a exploração de lítio também não se pode fazer a qualquer preço e no desrespeito pelas populações e pela riqueza natural. Alguns destes projetos poderão ter uma duração muito curta, deixando atrás de si uma grande destruição paisagística e graves danos para o futuro e para a qualidade de vida das populações afetadas. A troco dos avaros lucros e rendimentos imediatos, que a bulímica e insaciável voragem capitalista reclama, pode-se deixar uma herança pesada e tenebrosa em algumas regiões do país.

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