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minhas notas

31.01.19

Aqui há uns tempos, numa entrevista ao Expresso, o escritor George Steiner manifestava o seu desapontamento pelo facto de os países e a humanidade em geral não aprenderem com a história. Espera-se que o ser humano, ao menos, aprenda com os erros do passado e evite os caminhos errados já trilhados, que o arrastam para a desumanidade, a desgraça, o horror, a guerra e a miséria social e moral, a espalhar o sofrimento e a maldade sobre si e sobre os outros. Uma das mais belas missões da história é ser mestra da vida. Ensinar a viver bem e a progredir, iluminar o ser humano para se aperfeiçoar, pelo caminho do bem, e buscando a realização plena da humanidade. Concretamente, falava-se do horrendo antissemitismo, que volta a aflorar em alguns países europeus, depois de ter sido macabramente promovido pelo nazismo na 2ª guerra mundial, com os resultados ominosos que todos sabemos, resultados que deveriam servir de lição lapidar, mas não serviram. Não aprendemos absolutamente nada com a história. Vamos repeti-la, não vai demorar muito. Misteriosamente, teimamos em não querer aprender.

Olhemos até para a nossa vida caseira. Quando estivemos sobre o espartilho da troika, em que o país foi submetido a um nefasto período de austeridade, diabolizado aos quatro ventos, foi muito propalada a história da carochinha de que, com este castigo «merecido», as pessoas iriam reaprender a viver com mais prudência e de acordo com as suas possibilidades, deixando para trás os excessos do passado, como pedir créditos para futilidades ou para um nível de vida que não podem ter. Assim não aconteceu. Segundo as últimas notícias, bastou o país melhorar um pouco e já estamos a repetir os mesmos erros que levaram o país à falência e muitas famílias ao descalabro. Os níveis de poupança diminuíram e gastar e consumir bens e serviços, muitos deles dispensáveis, volta a estar na ordem do dia.

O fundo do problema é cultural: temos uma máquina consumista montada que não desarma e impinge o consumismo a todo o custo às pessoas. Por outro lado, a maioria das pessoas só sabe ser feliz com materialismo e com os préstimos dos oportunos serviços hedonistas existentes na sociedade. Mas custa ver como depois de tanta lamúria não se aprendeu a viver com um pouco mais de responsabilidade!

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